O número de mulheres que trabalha como motorista profissional tem crescido no Paraná. Nos últimos dois anos, o número de mulheres que obtiveram habilitação, com a observação ‘Exerce Atividade Remunerada’ (EAR), passou de 20.961, em 2020, para 33.085, em 2021. Ou seja, um avanço de 57,84%.
Em Curitiba os números passaram de 2.973, em 2020, para 4.839, em 2021. Ou seja, um aumento de 62% na procura deste tipo de licença que permite que a motorista exerça uma atividade remunerada, que pode ser desde a entrega de comida, motorista de aplicativo até a motorista de carreta ou ônibus.
No Brasil, as mulheres conquistaram o direito de dirigir na década de 30, mas, ainda hoje, não é incomum que sofram preconceito. Entretanto, cada vez mais encontramos mulheres profissionais do trânsito. Motoristas de ônibus, motogilrs, caminhoneiras, motoristas de aplicativo.
Outro levantamento, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), revela que o Brasil contava com 25,8 milhões de motoristas mulheres até março de 2021, o equivalente a 35% do total de CNHs válidas no país.
O diretor da Perkons, Luiz Gustavo Campos, comenta que a presença feminina no mercado de transporte de pessoas leva também a uma visão amplificada sobre a importância da segurança nas ruas e vias.
Segundo ele, uma pesquisa realizada pela Abeetrans, em 2019, mostra que as mulheres aprovam mais o controle de velocidade e isso contribui para um trânsito mais seguro. “83,9% das mulheres entrevistadas, entre pedestres e condutoras, aprovam o uso de radares para controle da velocidade, diante de 74,3% do público masculino”, explica.
Ela trabalha como motorista de aplicativo e, apesar da liberdade que a função dá, prefere manter um horário e rotina diária, durante a semana. Ela não se contenta enquanto não completa o número estipulado de corridas por dia e busca sempre estar na melhor categoria do aplicativo.
Estatísticas mostram que ‘elas’ tomam mais cuidado
Levantamentos e pesquisas mostram que o número de homens que morrem no trânsito é quatro vezes maior do que o de mulheres. 70% das indenizações de seguros são pagas a homens, e segundo a Organização Mundial de Saúde, no mundo, 73% das mortes em acidentes na estrada são de homens.
“É Importante falar que, na grande maioria das vezes, sendo mais cuidadosas e mais pacientes no trânsito — e como o comportamento dos usuários das vias é um importante aspecto do trânsito —, o reflexo de mais mulheres conduzindo é mais cordialidade e respeito no trânsito”, diz Campos.
Novos postos de trabalho se abrem também para o público feminino, a exemplo do boom das motoristas de aplicativo de transporte e de entregas. Mulheres, bem como os homens que são motoristas profissionais, precisam seguir as regulamentações e normativas de cada setor.
Campos cita como exemplo, os investimentos para as mulheres atuarem como motorista de aplicativo. “Fazem investimentos, como seguro diferenciado para o veículo, se habilitam junto ao Detran para poder exercer essa atividade; muitas delas abrem MEIs (Microempreendedor Individual) para poder atuar como motoristas, atendendo às normas dos aplicativos, e acabam, assim, transformando seu trabalho em atividade formal, o que é bom para toda a economia”, conclui Campos.
Mulheres que tiraram a carteira de motorista no Detran PR (principais cidades)
Paraná
2020 20.961
2021 33.085
Curitiba
2020 2.973
2121 4.839
Cascavel
2020 885
2021 1.384
Colombo
2020 278
2021 558
Dois Vizinhos
2020 330
2021 490
Foz do Iguaçu
2020 547
2021 1.044
Guaratuba
2020 48
2021 96
Ibiporã
2020 128
2021 269
Irati
2020 212
2021 396
Jaguariaíva
2020 99
2021 111
Laranjeiras do Sul
2020 161
2021 315
Londrina
2020 1190
2021 1876
Maringá
2020 1105
2021 1605
Palotina
2020 129
2021 207
Paranaguá
2020 362
2021 610
Fonte: Bem Paraná